- Colisões
elástica em uma dimensão : Conservação de
energia
e momento
- Colisões
Inelásticas
- Colisões
em mais de uma dimensão
- Centro de
Massa (CM)
- Corpo
Rígido
- Centro de
Massa e o Movimento de Translação
1-
Colisões elástica em uma dimensão :
Conservação
de energia e momento
Nas
seções anteriores estudamos a conservação
do
momento linear em colisões do tipo elástica. Nesta
seção
faremos uso da conservação da energia cinética
combinada
com a conservação do momentum no estudo das
colisões
elásticas em uma dimensão. As colisões em que
não
há conservação da energia são dista ser colisões
não elásticas. Analisaremos o caso de uma
colisão
frontal entre dois objetos pequenos (partículas) se movimentando
ao longo de uma linha. Vamos assumir, inicialmente, que ambas
partículas
estão se movendo com velocidades v1 e v2
ao
longo do eixo x, Fig.6-1. Após a colisão, as suas
velocidades
são v’1 e v’2,
Fig.6-1.
Estas são as duas incógnitas, ou as duas variáveis
a serem determinadas. Para qualquer v > 0, a partícula
está
se movendo para o lado direito (x crescente), enquanto para v < 0, a
partícula está se movendo para o lado esquerdo (no
sentido
de x decrescente).
Fig. 6-1
A partir da conservação do momentum, nós temos
As colisões nas quais a energia não se conserva são chamadas colisões inelásticas. Parte da energia cinética inicial, neste tipo de colisão, é transformada em outro tipo de energia, tal como energia térmica ou potencial. Dessa forma, a energia cinética total, após a colisão, é menor do que a energia cinética inicial, portanto ela não se conserva. As colisões macroscópicas típicas são inelásticas. Se dois objetos ficam fixos um ao outro após a colisão, então a colisão é dita ser completamente inelástica. A energia cinética, em alguns casos, são totalmente transformadas em outro tipo de energia e em outros casos apenas parte da energia é transformada.
Nas
colisões completamente inelásticas, a quantidade
máxima
de energia cinética a ser transformada é estabelecida
pela
conservação do momentum. Mesmo que a energia
cinética
não se conserva, neste tipo de colisão, a energia total
se
mantém constante, e o vetor momentum total é
também
conservado.
A seguir vamos discutir um exemplo prático para compreender o
processo
"colisão elástica".
O pêndulo na colisão não elástica :
O
pêndulo balístico é equipamento usado para medir
velocidade
de projéteis balísticos. Um projétil de massa m,
é atirado contra um bloco de madeira de massa M, o qual
está
suspenso por um fio como mostra a Fig.6-2. Usualmente
M é
assumido ser muito maior do m. Como um resultado da
colisão,
o sistema pêndulo-projétil se movem, como um
pêndulo,
a uma altura h. Vamos determinar uma relação
entre
a velocidade inicial e a altura h.
Fig. 6-2
Analisaremos este processo dividindo-o em duas partes: (1) a colisão em si, e (2) o movimento subsequente do pêndulo a partir do sua nova posição h. Na parte (1), Fig.6-2, assumiremos que a colisão ocorre em um tempo muito curto. Como não existe força externa atuando neste sistema e o momentum se conserva, temos que
ou
,
a
qual é o resultado procurado. Para obter este resultado, tivemos
de ser oportunista usando todas leis de conservação
pertinentes
no momento adequado, isto é: na parte (1) nós
podíamos
usar apenas a lei de conservação do momentum, pois a
colisão
é inelástica; na parte (2) a lei de
conservação
da energia cinética é válida, mas a do momentum
não.
3- Colisões em mais de uma dimensão
As
leis de conservação do momentum e da energia podem ser
usadas
também no caso de colisões em duas ou três
dimensões.
Nestes casos, a natureza vetorial do momentum tem que ser levada em
conta.
Um tipo comum de colisões bidimensionais é aquela cujo
choque
entre os objetos ou partículas não é frontal. Em
geral,
um partícula em movimento colide com a segunda que inicialmente
está em repouso. Esta situação é comum nos
jogos de bilhar, de boliche e nos experimentos em física
atômica
e nuclear. Em todos estes casos temos um projétil
(partícula
1) e um alvo (partícula 2).
Fig.6-3
A Fig. 6-3 mostra duas partículas de massas m1 e m2 em um processo de colisão não frontal. Após o choque as partículas moverão em trajetórias diferentes formando ângulos q1 e q2 com o eixo x, como mostra a simulação na Fig.6-3. Se as partículas estão carregadas eletricamente, elas defletirão antes mesmo de se tocarem. Isto deve-se as interações ou forças elétricas, magnéticas ou nucleares entre elas.
Vamos
aplicar as leis de conservação do momentum para descrever
um processo de colisão não frontal. Vamos escolher o
plano
xy como sendo o plano onde as partículas se moverão antes
e após se colidirem. Como o momentum é uma grandeza
vetorial
e conservada, as suas componentes nas direções x e y
serão
sempre constantes. Podemos equacionar isto da seguinte forma:
a) direção x
ou
Como não há movimento inicial na direção y temos que
ou
No caso mais geral, para colisões não frontais e no plano, a conservação momentum fornece duas equações para quatro incógnitas, v2x, v2y, v’2x e v’2y. Elas surgem ao levar em conta a conservação do momentum nas direções x e y, já que o momentum é uma grandeza vetorial. Esta equações são
O
princípio da conservação do momento linear
é
um dos mais fundamentais e importantes da mecânica. Note que ele
é mais geral que o de conservação da energia
cinética,
pois esta só conservada quando as forças internas
são
conservativas. Por outro lado, o princípio de
conservação
do momento linear vale qualquer que seja a natureza das forças
internas.
Até agora temos discutido o movimento de partículas simples e em geral sem dimensão. Nós assumimos que toda a massa do objeto estava concentrada em um ponto muito particular. Este ponto particular é denominado de centro de massa, abreviado por CM. O centro de massa de um objeto ou de um sistema de objetos é o ponto que move como se todas massas estão concentradas nele e que todas a forças externas estão concentradas ai. O conceito centro de massa é de suma importância no estudo do movimento de muitos corpos ou corpos extensos. Quando temos que tratar com corpos extensos, cuja dimensão tem que ser levado em conta, outros tipos de movimentos além dos translacionais podem surgir, como por exemplo a rotação em torno de si próprio. Por exemplo, os atletas de saltos ornamentais usam muito da técnica de girar em torno de seu corpo, para produzir diferente efeitos especiais em seus saltos, veja Fig.6-4. No exemplo da Fig.6-4 tem-se tanto movimento translacional quanto rotacional. Vamos referir a este tipo de movimento que não é puramente translacional como movimentos gerais. Em particular, o movimento do atleta de saltos ornamentais pode ser seguido observando a evolução do CM do corpo do atleta.
Mostraremos agora que o princípio da conservação do momentum para um sistema isolado pode ser enunciado de uma outra maneira, usando-se o conceito de centro de massa. Primeiro, define-se o momentum total p de um conjunto de qualquer número de partículas, como sendo a soma vetorial dos momentos individuais:
ou
Em
geral os objetos contêm um número muito grande de pequenas
partículas (átomos) e devem, portanto, serem tratados com
uma distribuição de matéria continua. As
"partículas"
tornam-se então, elementos infinitesimais ou diferenciais dm,
e as somas da equação (14) tornam-se integrais.
Consequentemente
as coordenadas do CM assumem a forma
Muitos
objetos têm simetria um ponto, uma linha ou um plano de simetria.
O centro de massa desses objetos está localizado no ponto, na
linha
ou no plano. Por exemplo, o centro de massa de uma esfera
homogênea
(a qual tem um ponto de simetria) é o próprio centro da
esfera.
Um fato interessante é que o centro de massa de um objeto
não
necessariamente está dentro do objeto.
6- Centro de Massa e o Movimento de Translação
Como mencionado na seção anterior, a maior razão para a importância centro de massa é que o movimento do CM para um sistema de partículas está diretamente relacionado com a força resultante agindo no sistema como um todo. Nós mostraremos isto agora, levando em conta o caso simples do movimento unidimensional de três partículas.
Suponha que as três partículas se movem no eixo x e tenham massas m1, m2 e m3 e posições x1, x2 e x3, respectivamente. A partir da equação do centro de massa (14), podemos escrever
onde M = m1 + m2 + m3 , é a massa total do sistema. Se as partículas estão em movimento, ao longo do eixo x com velocidades v1, v2 e v3 , respectivamente, então em curto espaço de tempo D t cada uma deve ter viajado uma distância de
onde x¢1,, x¢2 e x¢3 representam a suas novas posições percorridas no intervalo de tempo D t. A nova posição do CM é igual a
Subtraímos uma equação do CM da outra, obtemos
Durante o intervalo de tempo D t, o centro de massa se moveu uma distância igual a
onde vcm é a velocidade do centro de massa. Isto leva-nos a seguinte relação,
Se as partículas estão sobre a ação de uma força, elas poderão ser aceleradas individualmente, mudando as suas velocidades de acordo com
Este resultado sugere-nos dividir a equação (17) por D t, para determinar a aceleração do CM, como a seguir
De acordo com a segunda lei de Newton, Fi =miai , então,
Isto significa que a força agindo sobre o sistema é igual ao produto da massa total vezes a aceleração do centro de massa. Este resultado mostra que a segunda lei de Newton continua sendo válida mesmo no caso de um sistema composto por várias partículas. Este é um dos resultados mais importantes da mecânica newtoniana. Concluímos com isto que o movimento de um sistema de muitas partículas é equivalente ao movimento de uma única partícula com as massas das partículas concentradas no seu centro de massa. Isto justifica termos usado, até agora, o movimento terrestre como sendo o movimento de uma única massa MT, (carros, casas, pessoa, montanhas, rios …) concentradas no centro da Terra.
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Last Updated: Jan/20/2000
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