Introdução
Alguns desses
Vetores
Velocidade
Relativa
Aula -3
Cinética em Duas ou Mais
Dimensões
Na aula anterior tratamos do movimento de objetos em uma dimensão. Agora estenderemos os estudos aos casos mais gerais de movimentos em duas e três dimensões. Como sabemos, da álgebra vetorial, um vetor fica bem determinado quando conhecemos a sua magnitude, direção e sentido. Isto vale conseqüentemente para o deslocamento, a velocidade, a aceleração e a força que são grandezas vetoriais. Contudo existem outras grandezas como a temperatura, a massa e a energia que não são vetoriais e portanto a elas não está associada qualquer informação relacionada com a direção e sentido. Estas grandezas são denominadas de escalares.
Durante
este curso usaremos a notação em negrito para representar
uma grandeza vetorial, como por exemplo; r e v para a
posição
e velocidade respectivamente.
a) Os Vetores Posição e Deslocamento
Como vimos na aula
anterior,
a posição e o deslocamento de um objeto em
relação
a um sistema referencial é uma grandeza vetorial. Em coordenadas
cartesianas o vetor posição r é
representado
em sua forma tri-dimensional por;
onde i, j e k são os vetores
unitários
(de módulo 1) nas direções dos eixos x, y e z
respectivamente.
Os coeficientes x, y e z dá nos a localização do
objeto
no sistema de coordenadas cartesianas. Algumas vezes usamos
também
a notação (x,y,z) para representar um ponto no
espaço
tri-dimensional. Por exemplo, um objeto que esteja localizado na
posição
(2,3,2) está deslocado 2 duas unidades de comprimento no lado
positivo
eixo x, 1 unidade no lado positivo do eixo y e 2 unidades no lado
positivo
do eixo z. Isto pode ser representado graficamente como mostra a Fig.
3.1.
Fig. 3.1 Um vetor no espaço tri-dimensional
Simbolicamente este vetor é representado por;
Com base nesta definição podemos introduzir o conceito
de deslocamento na forma vetorial;
ou em uma forma mais explicita;
onde os xi, yi e zi são as coordenadas do ponto ri e
são os deslocamentos nas três direções
dos
eixos cartesiano.
b)- O Vetor Velocidade
De forma análoga as velocidades médias e instantâneas podem ser representadas vetorialmente. Todas as operações de adição e subtração vetorial continuam sendo válidas. A velocidade média, vetorialmente assume a forma;
Sendo D x/D t, D y/D t e D z/D t as componentes vetoriais da velocidade nas direções x, y e z. Conseqüentemente a velocidade instantânea pode ser escrita como;
onde
são as componentes escalares de v.
c)- O Vetor Aceleração
Em analogia com o caso das velocidades podemos introduzir, também, as acelerações médias e instantâneas vetorialmente. Todas as operações de adição e subtração vetorial também continuam sendo válidas. A representação vetorial da aceleração média é dada por;
Sendo D vx/D t, D vy/D t e D vz/D t as componentes vetoriais da aceleração nas direções x, y e z. Daí tiramos que a aceleração instantânea pode ser escrita como;
onde
são as componentes escalares da aceleração a.
Umas das aplicações mais comum onde freqüentemente se faz necessário o uso das propriedades de um vetor é o estudo da velocidade relativa em mais de uma dimensão. Inicialmente estudaremos como as observações feitas em diferentes sistemas de referência estão relacionadas uma com a outra. Por exemplo, consideremos dois carros se aproximando um do outro, em linha reta, onde cada um viaja com uma velocidade de 50 km/h com respeito a Terra.
v1 = v2 = 50 km/h
vr = v1 + v2 = 50 km/h + 50 km/h = 100 km/h
Similarmente, quando um carro a 80 km/h ultrapassa um segundo carro,
viajando no mesmo sentido à uma velocidade de 65 km/h, o
primeiro
terá uma velocidade relativa com relação ao
segundo
igual a vr = 15 km/h.
vr = v1 - v2 = 80 km/h - 65 km/h = 15 km/h
Com esses exemplos notamos, que quando os objetos movem-se em uma mesma linha, uma soma simples ou subtração das velocidades envolvidas é suficiente para determinar a velocidade relativa. Isto significa que não é necessário, nestes casos, levar em conta as características vetoriais do movimento. Mas se os movimentos não estão na mesma linha, estas considerações não são válidas e somos forçados a fazer uso das somas vetoriais. Para tornar claro esta afirmação, vamos estudar o movimento de um barco cruzando um rio, veja Fig.3.2
Neste
exemplo usaremos as seguintes notações; vbr
velocidade do barco em relação as águas do rio, vbm
velocidade do barco em relação a margem e vrm
a velocidade do rio em relação a margem. Neste caso, como
mostra a Fig.3.2, a velocidade do barco em relação a
margem
(vbm) é igual a velocidade do bote no rio (vbr)
mais o efeito da correnteza do rio (vrm). Como este
movimento
envolve velocidades em direções e sentidos diferentes,
é
necessário usar somas vetoriais, como mostra o diagrama da
Fig.3.2.
Neste
exemplo, notamos que para o barco chegar na outra margem do rio em um
ponto
(B) exatamente em frente ao ponto de partida (A) é
necessário
que o movimento esteja inclinado de um ângulo q
com relação a linha que liga os pontos A e B. Como
discutido,
este fato deve-se a influência da corrente de águas no
rio.
Caso contrário, se o barco estiver viajando sempre apontando
para
o ponto B, então ele será arrastado pelas correntezas do
rio. Conseqüentemente irá atingir a margem num ponto
distante do
ponto B. Veja simulações nas Fig. (3-2a) e (3-2b).
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Last Updated: Jan/01/2000
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