Indtrodução
O Movimento de
um Objeto: Cinemática
Velocidade
Média
Velocidade
Instantânea
Aceleração
Aula-1
Cálculo é um ramo matemática moderna que trata das variações. Desde que movimentos envolve mudanças ou variações, não é surpresa que uma grande parte no desenvolvimento do cálculo ocorreu simultaneamente com a criação da primeira teoria completa sobre o movimento. Esta teoria do movimento é agora chamada mecânica clássica a qual teve seus fundamentos baseados nos trabalhos de Sir Isaac Newton (1642-1727). As idéias desenvolvidas por Newton para tratar quantidades ou grandezas variáveis, agora incorporada no que chamamos de cálculo, foi desenvolvida independentemente na mesma época por Wilhelm Leibnitz (1646-1716), um filósofo e matemático alemão. Mesmo sendo Newton o responsável pela introdução do cálculo em física, os livros modernos adotaram a notação usada por Leibnitz.
Veremos
a seguir que revisar o desenvolvimento dos conceitos do movimento
é
uma excelente introdução ao cálculo. Nesta aula
nós
discutiremos as idéias mais elementares do cálculo da
diferenciação
e da integração, primariamente aplicada aos movimentos.
Nós
limitaremos esta discussão do cálculo a incluir somente
funções
que podem ser expressas em uma forma gráfica ou como
polinômios
simples. O leitor que for familiar com os conceitos do cálculo
elementar
pode tratar esta aula como uma revisão ou mesmo omiti-la.
1.2 O Movimento de um Objeto: Cinemática
A tentativa em compreender o movimento dos objetos pode ser considerada uma parte da história do ser humano. Muitos contribuíram para o seu entendimento, mas dois deles se destacaram entre todos: Galileu Galilei (1564-1642) e Isaac Newton. O estudo do movimento dos objetos, e os conceitos ai relacionados tais como força e energia, formam o campo chamado mecânica. Mecânica é costumeiramente dividida em duas partes: cinética, a qual é a descrição de como os objetos se movem, e dinâmica, a qual explica porque objetos movem. Inicialmente estudaremos a cinemática e nas próximas aulas com a dinâmica.
O estudo do movimento pode ser, em alguns casos, bastante complexo se nós consideramos objetos girando enquanto se movem ao longo de uma trajetória curva. Freqüentemente, contudo, o aspecto essencial do movimento de um objeto pode ser entendido sem levar em conta a sua orientação. Por exemplo, o movimento da Terra em sua órbita anual em torno do sol não é afetada pela a rotação diária em torno do seu próprio eixo. A Terra poderia ser considerada como uma partícula sem extensão como um ponto matemático; ela seguiria a mesma órbita anual. Nesta e em muitas outras aplicações, a ficção de uma partícula idealizada como um ponto é muitas vezes proveitosa e portanto nós iniciaremos nossos estudos com o movimento de uma partícula puntiforme ou pontual e discutindo objetos que se movem em linha reta e sem rotações. Estes movimentos são chamados de movimentos translacionais. Em capítulos posteriores estudaremos como descrever o movimento translacional em duas ou três dimensões.
No sentido de descrever o movimento de uma partícula, nós precisamos ser hábeis em definir a posição de uma partícula assim como as mudanças em suas posições. Qualquer medida de posição ou velocidade deve ser feita com respeito a um sistema de referência, Por exemplo, o movimento de uma pessoa no interior de um trem viajando a 80 km/h, relativo a um observador fora do trem, tem que levar em conta o movimento do trem. Outro ponto importante está na escolha do sistema de coordenadas. Em geral, o mais recomendado e conveniente para a maioria dos problemas do nosso dia a dia é o sistema de coordenadas cartesianas (Fig.1.1). Note que a coordenada x do ponto P é dada pela distância do ponto P a partir do plano y-z e de forma similar as distâncias y e z do ponto P são tomadas a partir dos planos x-z e x-y respectivamente. Obviamente, o sistema de coordenadas pode estar em movimento também. Este caso, será tratado em aulas posteriores, e por agora, consideraremos apenas um sistema simples de coordenada como sendo um sistema de referência fixo. O problema na descrição do movimento de um ponto (partícula) se resume, neste caso, na determinação das coordenadas x,y e z do ponto para cada instante do tempo. Neste sentido, haverá movimento se no mínimo uma das coordenadas varia com o tempo. Caso contrário dizemos que o a partícula ou objeto está em repouso, assim nós devemos analisar cuidadosamente a dependência das coordenadas em função do tempo.
Vamos iniciar nossas discussões considerando apenas uma coordenada. A dependência temporal de uma coordenada, como por exemplo x, é adequadamente descrita dizendo que x é uma função do tempo. Este enunciado é freqüentemente descrito em uma forma simbólica por;
onde o símbolo entre parêntese é chamado argumento da função. A dependência funcional de x com o tempo (t) é expressa dizendo que x é a variável dependente, enquanto t é a independente. Nós podemos também indicar x é um função de t escrevendo x(t), com o parêntese indicando a dependência funcional. Um exemplo de deste tipo representação funcional é a função algébrica x = a + b t + c t2, onde a, b e c são constantes.
Se um objeto está em movimento, confinado apenas em uma dimensão em um dado sistema de coordenadas, então a distância deste objeto a um sistema de origem deve mudar com o passar do tempo. Para tornar claro a correlação entre o movimento de um objeto e sua posição em relação um sistema de origem vamos analisar o movimento de um jogador de voleibol dentro da quadra. Inicialmente, vamos representar o seu movimento graficamente como mostra a Fig. 1.2. Este gráfico mostra as variações da posição do jogador, isto é a cada instante do tempo temos o valor da coordenada x, a qual representa a posição ou a distância do jogador à rede divisória. Esta medida foi tomada a cada 2 segundos. Como podemos notar as observações iniciaram quando o jogador estava à 3,0 metros da rede, ficou parado por 2 segundos e em seguida moveu-se até a posição x = 7,6 m em 6 segundos. Imediatamente após voltou para a posição x = 4,0m da rede, ficando parado ai por 8 segundos. Logo após se aproximou mais ainda rede, ficando parado a uma distância de 2 metros da rede (x=2,0m).
Neste caso, observamos que as medidas da posição do jogador foram coletadas a cada 2 segundos. Com isto queremos dizer que as observações foram feitas em um intervalo de tempo (D t) discreto, isto é não contínuo. Poderíamos aumentar a precisão de nossos resultados fazendo medidas mais freqüentes. O gráfico Fig.1-3 mostra a mesma situação observada a cada D t = 0,3 segundos. Então, no limite, podemos dizer que as medidas seriam realmente precisas se as observações fossem realizadas continuamente, isto é no limite em que D t » 0.
Hoje
em dia os laboratórios modernos contam com aparelhos que podem
medir
posições de um dado objeto a cada nanosegundos ou um
bilhão
do segundo, sem muita dificuldade. Usando tal aparelho as medidas
referentes
a posição de nosso jogador poderiam ser representada
graficamente
por uma curva como mostra a Fig.1-4.
Fig. 1.4
Examinremos a seguir, o gráfico da Fig.1-4 e determinar quando o jogador está se movendo mais rapidamente. Observamos que durante os 2 segundos iniciais o jogador fica parado, isto acontece também entre os instantes t = 12s e t = 20s. A sua distância com relação a rede aumenta rapidamente entre os instantes t = 2s e t = 8s. Entre os instantes t = 8s e t = 12s, assim entre t = 20s e t = 25s a coordenada x decresce rapidamente, voltando a ficar próximo à rede. De forma não muito sistemática, tentamos descrever o movimento do jogador dentro da quadra. Podemos melhorar esta descrição é necessário buscar outros os conceitos além do deslocamento e tempo gasto durante o percurso.
Vamos
agora formalizar esta idéia de movimento introduzindo o conceito
de velocidade, uma quantidade que será zero quando
não
existir movimento, será pequena quando houver mudanças
lentas
na posição, e grande quando o movimento for
rápido.
A
velocidade, como introduzida na seção anterior, é
uma grandeza que mede exatamente a distância percorrida pelo
objeto
em um intervalo de tempo necessário para completar o referido
percurso.
Ilustrando com unidades, lembramos que nas principais estradas
brasileiras,
motoristas não podem viajar um percurso de 80 km em um tempo
inferior
a uma hora, isto significa que a sua velocidade não deve ser
superior
a 80 km/h. Então, de acordo com a nossa definição,
velocidade é a medida da variação da
posição,
ou distância percorrida, divida pelo tempo gasto para efetuar tal
mudança. O leitor pode rapidamente notar um problema com esta
definição
de velocidade. O que aconteceria se o carro
movesse
a 160 km/h durante meia hora e em seguida ficasse parado por mais meia
hora ? Neste caso também, observamos que ele percorreu 80
km em uma hora. Para resolver este problema temos, então, que
estender
o nosso conceito de velocidade introduzindo a velocidade
média.
Com isto, podemos dizer que, em ambos casos, o motorista viajou o mesmo
percurso com uma velocidade média de 80 km/h. Matematicamente o
conceito de velocidade média é definido por;
Vamos agora, voltar ao
caso
do jogador de voleibol e analisar o seus movimentos em termos do novo
conceito
velocidade
média. De acordo como o gráfico da Fig.1-4, notamos
que
em 8 segundos o jogador foi da posição x = 3,0 m
à
x = 7,6 m. Então temos que;
Devido
ao fato de que a velocidade média é definida em um
intervalo
de tempo Dt ela não
contém
informações detalhadas, sobre o movimento, durante o
intervalo
D t. Isto pode causar erros nas
conclusões
tiradas durante a observação, ou mesmo algumas
informações
importantes ficarem ocultas. Para esclarecer esta
afirmação,
vamos voltar ao resultado da eq.(3). Este resultado nos diz que a
velocidade
média do jogador para percorrer os 4,6 metros foi de 0,575 m/s,
mas nela não contém a informação que,
durante
o percurso, o jogador esteve parado por 2 segundos, veja Fig.1-4. Para
resolver este problema e consequentemente descrever o movimento mais
detalhadamente,
somos então forçado a melhorar ainda mais o conceito
inicial
de velocidade, introduzindo a
velocidade instantânea.
A velocidade instantânea é obtida quando o intervalo de tempo entre duas medidas de posição é muito pequeno ou próximo de zero. Neste sentido, temos que recorrer à definição de tempo contínuo ou quase contínuo, isto é D t » 0. Na Fig.1-5 representamos esta idéia de velocidade instantânea escolhendo um Dt1 muito pequeno. Observamos que neste caso, devido ao fato de que D t e D x serem pequenos, a inclinação da curva é aproximadamente um segmento de reta, isto não ocorre na inclinação calculada no caso D t2 na mesma figura, onde no intervalo D t o segmento de curva não coincide com uma reta. O fato do segmento infinitesimal ser uma reta significa que a velocidade instantânea é igual a velocidade média.
No caso limite, com D t »
0, a inclinação assim definida, é uma reta
tangente
ao ponto de observação (x,t). Consequentemente, a
velocidade instantânea dever ser definida matematicamente por;
Como
vimos, este limite é igual a inclinação de uma
linha
reta que é tangente ao ponto de observação na
curva
x-versus-t. Este conceito de inclinação, em um
dado
ponto de uma curva, é o coração do cálculo
diferencial. A definição dada na eq.(5) é
usualmente
abreviada pela notação;
A equação (6) é lida como, "v é igual
a derivada de x com relação a t". A velocidade
é
uma grandeza vetorial, portanto para determina-la completamente
é
necessário conhecer a sua magnitude e direção.
O
movimento do jogador, representado nos gráficos anteriores,
é
um sistema físico rico em detalhes no que se tange ao estudo do
movimento de um corpo. Dele tiramos o conceito de
variação
da posição, variação temporal os quais
quando
correlacionados geram os conceitos de velocidades médias e
instantânea.
Analisando com um pouco mais de detalhe, notamos que as velocidades
estabelecidas
pelo jogador, neste problema, não são constantes durante
o tempo observado. Isto significa que, assim como a
posição,
a velocidade do jogador varia com o tempo nos diferentes intervalos de
tempo. Neste caso, para entender melhor o comportamento evolutivo do
movimento
do jogador é necessário também estudar a
variação
da velocidade em função do tempo. O conceito associado a
variação da velocidade é a
aceleração,
a qual é uma grandeza que mede a taxa de variação
da velocidade com o tempo. De forma análoga ao caso da
velocidade
média podemos introduzir o conceito de aceleração
média por;
Nós podemos combinar as equações (6) e (8) para escrever a aceleração em termos da variação temporal da posição, como a seguir;
Isto significa que a aceleração de um objeto, em qualquer instante é igual a segunda derivada da sua posição com respeito ao tempo.
Unidades comuns para a aceleração são; m/s2 , cm/s2 e km/h2. Existem obviamente muitos outros sistemas de unidades, mas todos eles têm a forma de distância/(tempo2). Como a velocidade e a aceleração é uma grandeza vetorial, para determina-la completamente é necessário conhecer a sua magnitude e direção.
Na forma vetorial a equação (8) pode ser escrita por;
Muitos
tipos de movimentos acelerados ocorrem a uma aceleração
constante
ou aproximadamente constante. Isto significa que a
aceleração
não varia como o tempo. Nós trataremos agora, alguns
dessas
situações onde a magnitude da aceleração se
mantém constante e o movimento se dá em linha reta,
algumas
vezes chamado de movimento uniformemente acelerado. Neste caso,
as acelerações média e instantânea
são
iguais e consequentemente podemos escrever quer ;
Outras
equações
importantes podem ser derivadas das equações anteriores,
como por exemplo;
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