Leia aqui o artigo original de Schrödinger.
Aula 10
O Oscilador Harmônico
O estudo do oscilador harmônico para sistemas microscópicos é igualmente importante ao estudo de sistemas oscilatórios macroscópicos. Em particular o movimento vibracional de dois átomos numa molécula diatômica é bem representado por um oscilador harmônico. A análise do oscilador harmônico em mecânica quântica envolve a determinação das soluções da equação de Schrödinger para uma partícula de massa m e coordenadas x movendo-se numa região onde a energia potencial V(x) tem a forma do oscilador harmônico da pela equação;
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(1) |
Fig.1 – Energia potencial do oscilador esboçada em função do
deslocamento das partículas
No caso macroscópico, a constante k define a dureza da mola do oscilador. Num sistema macroscópico a “mola” pode envolver forças elétricas ou nucleares, cuja “dureza” pode ser expressa pelo valor da constante k. Mas, como a equação de Schrödinger envolve a energia potencial do sistema, e não a força agindo sobre a partícula, é melhor pensar em k como uma constante que descreve quão bruscamente a energia potencial do sistema aumenta do seu valor de referência V = 0 na posição de equilíbrio x = 0, à medida que a partícula se fasta ponto de equilíbrio.
A equação de Schrödinger para o oscilador harmônico pode ser re-escrita agora usando a eq. (1);
(2)
Esta é uma equação diferencial que, segundo a mecânica quântica, rege o comportamento do mesmo sistema, que a mecânica newtoniana afirma ser regido por;
(3)
Agora veremos que as duas equações levam à soluções correspondentes quando elas são aplicadas a osciladores macroscópicos. Para os osciladores microscópicos, as previsões das duas equações são divergentes, e a experiência mostra que somente aquelas feitas através da equação de Schrödinger são corretas.
Uma forma mais simples de resolver esta equação é fazendo algumas mudanças de variáveis, como a seguir;
(4)
Substituindo as equações (4) em (2), a equação de Schrödinger assume a forma,
(5)
Fazendo a mudança de variável , tem-se que,
(6)
Usando este resultado a equação de Schrödinger pode ser re-escrita em função da nova variável s, como a seguir,
(7)
ou,
(8)
onde,
A equação (8) é a equação de Schrödinger para o oscilador harmônico, o termo é a freqüência de um oscilador macroscópico e conseqüentemente é uma quantidade adimensional. Lembre-se também que, de acordo com o postulado de Born, representa a densidade de probabilidade que neste caso é a densidade de probabilidade por unidade de comprimento.
Um truque para achar a solução desta equação diferencial é obter inicialmente a solução assintótica, ou seja, a solução para valores muito grande de s e depois adaptar esta solução para que seja válida para todo valor de s, isto é
o que implica em
(9)
Uma possível solução desta equação é,
, (10)
onde n é um número inteiro positivo. Derivando duas vezes a equação acima com respeito a variável s, tem-se
(11)
Com isto vimos que a equação (9) é forma assintótica da solução procurada, a qual sugere que uma solução geral para a equação (8), válida para todos os valores de s, deve ser igual a
, (12)
onde H(s) é uma função a ser determinada. Substituindo a equação (12) em (8), obtém-se,
(13)
onde a aspa indica a derivada com respeito a s. Agora, escrevemos H na forma de série de potência:
(14)
Note que potências negativas não são permitidas neste caso, pois esta gera pontos fisicamente não aceitáveis para s=0. Então,
(15)
e
(16)
devido ao fato de que os dois primeiros termos do somatório são identicamente nulos. Substituindo as equações (14), (15) e (16) em (13), obtemos
Esta equação é válida para
qualquer valor de s somente se o coeficiente de cada potência de s
for nulo. Dai obtém-se as seguintes relações de
recorrência,
Assim, por repedidas aplicações da equação (18) pode-se expressar os coeficientes de como função de multiplicado pelas constantes ou dependendo se p é par ou impar, respectivamente. Com isto temos as seguintes condições de soluções fisicamente aceitáveis,
(i)
(ii) se n é par e se n é impar
Para achar solução da equação completa multiplica-se a solução da parte assintótica por um polinômio: H(s) de.
Fazendo a substituição desta solução na equação diferencial do oscilador chegamos a uma equação diferencial bem conhecida em matemática: A equação diferencial de Hermite. As soluções desta equação diferencial são os polinômios de Hermite Hv(x), que serão discutidos em outras seções.
Para que as soluções sejam aceitáveis . Neste ponto aparece o número quântico característico do oscilador harmônico n. Portanto,
,
onde é a freqüência do oscilador e n = 1, 2, 3, ....
A diferença de energia entre dois níveis adjacentes para n muito grande é dada por;
cujo valor não é suficientemente grande para ser mensurável para números quânticos grandes, que são característicos dos osciladores harmônicos macroscópicos.
Fig.2- Curvas de energia potencial e digramas de níveis de energia para
(a) oscilador harmônico e (b) átomo de hidrogênio
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Last Updated: Jul/17/2002
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